Mateus 5,5

Há perdedores, desde os primórdios da história do Brasil. Os diferentes povos indígenas que viviam em todo continente sul-americano foram reduzidos significativamente em número de habitantes. E, foram privados de seus idiomas e de suas culturas. Muitas áreas indígenas ainda não foram delimitadas ou suas terras não são respeitadas. Pelo contrário, são invadidas e exploradas.

No início dos anos 90 os Guaranis/Kaiowás, povo indígena do Mato Grosso do Sul, praticavam suicídios. Esse fato atingiu grande repercussão na mídia brasileira. Tomamos conhecimento da existência deste povo e da maneira como eles costumavam educar e criar os seus filhos. As mães sussurram desde os primeiros dias de vida de seus filhos: “tu és um grande guerreiro, tu és manso”. Aprendemos também, a partir destes tristes fatos, que a mansidão deste povo indígena lhes negara a possibilidade de existência diante dos agressores ao seu redor. A terra em que viviam há séculos lhes era invadida, minerais preciosos arrancados, árvores cortadas, florestas destruídas.  Os jovens indígenas não aprenderam a se defender e a lutar pelos seus direitos. O que enfrentavam naquele momento não fazia parte da sua cultura. De fato, toda a violência e a ganância, eram diametralmente opostos a tudo que eles conheciam.